O aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, previsto para entrar em vigor no dia 1º de agosto, deve provocar perdas bilionárias para as exportações brasileiras. O impacto será desigual entre os estados, afetando mais fortemente aqueles com maior dependência do mercado americano.
Ceará, Espírito Santo e Paraíba estão entre os mais expostos. Quase metade das exportações cearenses em 2024 teve como destino os EUA. No Espírito Santo, o percentual foi de quase um terço. Na Paraíba, pouco mais de um quinto.
A maior parte dessas exportações veio da indústria de transformação, com destaque para setores como metalurgia, alimentos, papel e celulose, couro e calçados.
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria afirmou que os efeitos sobre a economia nacional serão significativos. O presidente da entidade, Ricardo Alban, chamou atenção para a presença dos EUA como destino predominante das exportações industriais em vários estados.
No Sul e no Sudeste, embora as economias tenham pautas exportadoras mais diversificadas, os prejuízos em volume financeiro são os maiores. São Paulo lidera em perdas, seguido por Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais.
No Norte, Amazonas e Pará também estão entre os mais afetados. O impacto esperado nos seus PIBs varia conforme o grau de exposição ao mercado americano.
Em termos proporcionais, o Amazonas é um dos mais atingidos, devido ao peso do Polo Industrial de Manaus nas exportações para os EUA. Já no Pará, a maior parte do que se vende ao mercado americano vem da indústria metalúrgica e química.
Estados do Centro-Oeste e do Nordeste também serão impactados, ainda que em menor escala. Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Pernambuco e o próprio Ceará concentram as perdas nas duas regiões.
Por outro lado, unidades da federação como Roraima, Sergipe, Acre, Piauí e Amapá devem sentir efeitos mais limitados.
O levantamento foi feito pela CNI com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Também foram utilizadas estimativas da Universidade Federal de Minas Gerais para calcular os impactos regionais nas economias estaduais.