O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, nesta sexta-feira (1), que o presidente Luiz Ignácio Lula da Silva (PT) pode ligar para ele quando quiser.
A declaração foi feita na saída da Casa Branca, ao ser indagado por jornalistas que o aguardavam sobre o tarifaço de 50% aplicado ao Brasil e a possibilidade de acordo.
Apesar de os Estados Unidos terem fechado acordo com 12 dos 18 maiores parceiros comerciais, com o Brasil, a decisão foi unilateral.
Nesta quinta-feira (30), Trump assinou a ordem executiva, que entraria em vigor no dia 6 de agosto, elevando a taxação sobre as exportações de produtos brasileiros para 50%.
O documento apontou ainda uma lista de produtos que ficaram de fora da sobretaxação, entre eles aeronaves, polpa e suco de laranja e automóveis. Carne e café ficaram não entraram nas exceções de Trump.
Algumas horas depois, ele adiou novamente a data de início da cobrança das tarifas, desta vez para dia 7.
Tudo isso depois de repetir, várias vezes, que o prazo seria 1 de agosto.
Diante da indecisão do presidente norte-americano, fica a dúvida se Brasil e Estados Unidos ainda conseguirão fechar um acordo e alterar a tarifa de 50%.
Na saída da Casa Branca, nesta sexta, Trump disse que ele pode conversar com Lula quando o presidente brasileiro quiser e acrescentou dizendo que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”.
Depois, Trump disse que “ama o povo do Brasil”. “Vamos ver o que acontece”, concluiu, desconversando.
Justificativa política
A justificativa publicada pela Casa Branca para a aplicação das tarifas aponta razões políticas e menciona o Brasil como um risco para os Estados Unidos.
“O presidente Donald Trump assinou uma Ordem Executiva implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, elevando o valor total da tarifa para 50%, para lidar com políticas, práticas e ações recentes do governo brasileiro que constituem uma ameaça incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA”, disse a Casa Branca, na quinta.
Também citou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Casa Branca classificou o processo contra o ex-presidente como uma “perseguição, intimidação, assédio e censura”.
Moraes foi punido esta semana com a Lei Magnitsky, que impõe sanções financeiras e impede acesso ao território americano.